quarta-feira, 1 de maio de 2019

Aprendendo vulnerabilidade




Hoje na praia, maré seca eu boiei. Boiei o máximo de tempo que eu pude. 
Dezembro e janeiro, na piscina dos Pig também boiei pra caramba. 
Agora eu dei pra boiar kkkkk Lembrando do meu pai. 
Meu pai era muito lúdico. Ele não tinha vergonha de nada, não se importava de ficar "vulnerável", se isso lhe trouxesse alegria. Bastava ele ver água do mar e logo estava ele lá boiando, braços e pernas abertos. E veja bem, ele era praticamente uma letra L: 1.62, pés 42. Então, da areia a gente só via aquele pezão branco lá, eternamente boiando. ( tinha que ver ele caminhando no calçadão de boa viagem: "passadas grandes com grande balanceamento dos braços" dizia ele aos gritos para o desavisado acompanhante, (ensinando o método do dr Cooper)  um espetáculo. Minha mãe sentia vergonha, da espontaneidade dele, então a gente também passou a sentir. Se a gente entrasse na água então, tinha que boiar. Podia ser no Acaiaca no auge dos anos 70. Por isso a gente não entrava nem a pau. Só se a praia estivesse deserta. Que pena. Perdi ótimas oportunidades de boiar com meu pai vendo o movimento das nuvens...
 Lúdico, brincante.  Minha lembrança vai ainda mais longe. Corta para o interior de São Paulo, final dos anos 60. Festinha lá em casa? platéia?  ele dançava frevo. O ponto forte era aquele passo de rapidamente se agachar e levantar diversas vezes para espanto total da platéia. Falava e ria alto nem aí, hahaha. E se chovesse, no final de semana em alguma hora oportuna, ele me chamava correndo; "vai! coloca o biquini!", ele colocava a sunga, hahaha e ia pro jardim muito feliz, qual sertanejo na primeira chuva após longa estiagem. Corríamos pra lá e pra cá, tomando banho de chuva, rindo da minha mãe que gritava "ela vai gripar"... Uma festa. Os vizinhos - bairro de classe média alta - boquiabertos não entendiam o que aquele  "paraíba baixinho" estava fazendo. Isso explica a minha euforia até hoje todas as vezes que chove. Ah! foi ele quem me ensinou a andar de bicicleta mas isso já é uma outra história.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

03/02/2010
1 - Quando eu tinha 15 anos achava que em 2010 víveríamos igualzinho aos Jetsons. Que decepção.

2 - Quando eu tinha 20 anos minha filha Tainá nasceu e neste mesmomomento eu nasci também.

3 - Eu e Tainá crescemos juntas como irmãs. Hoje ela é minha mãe.

4 - Quando eu tinha 30 anos meu filho Edgard nasceu e foi como se eu fosse mãe pela primeira vez.

5 - Cada filho meu tem um pai que corresponde a um ex-marido se é que você me entende.

6 - Acredito no par. A vida só tem graça em dupla.

7 - Nunca fui ao cinema sozinha.

8 - Tive uma crise de choro quando conheci Veneza porque eu queria que meu pai estivesse ali comigo.

9 - Quero morrer em Veneza.

10 - Mas antes preciso passar uns meses na costa amalfitana.

11 - Sinto uma felicidade eufórica nos dias de chuva.

12- Fiz 5 anos de análise e ainda não recebi alta.

13 - Desconfio que meu diagnóstico já mudou de depresiva para alcoólatra passando por síndrome de pânico.

14 - Há dias em que estou absurdamente feliz para no dia seguinte achar que a vida é uma espelunda de quinta categoria. Talvez o transtorno bipolar seja uma hipótese.

15 - Adoro escrever mas detesto tudo depois de ler. Uma lástima.

16 - Frederico é o grande amor da minha vida. Espero que ele nunca vire meu ex-marido.

17 - Adoro Blues principalmente Stevie Ray Vaughan, Pinetop Perkins e Matt Murphy, mas não curto aquele tipo de jazz que passa uma hora viajando na mesma maionese. Miles Davis é o máximo.

18 - Tenho uma incrível facilidade para dizer NÃO, de maneira indolor inclusive.

19 - Sou leitora compulsiva. Como alguém que é viciado em jogo, sou capaz de gastar o dinheiro do condomínio em livros. Meu quarto é um mar de livros. Hoje uso lentes de contato porque meu grau é 6.

20 - Ler é o meu maior vício. E me dá barato.

21 - Depois vem vinho tinto e prosecco. Sempre drogas lícitas. Sou conservadora.No fundo.

22 - Se eu tivesse certeza que o mundo iria acabar em 2012 passaria a tomar champagne no café da manhã.

23 - Eu não nasci pra trabalho, ou melhor, gostaria de ser paga para ler.

24 - Queria ter o dom de escrever. Como Saramago ou Mario Vargas Llosa.

25 - Ganho muito tempo dormindo e consigo ser sedentária sem peso na consciência.



Minha mãe e Edgard, meu irmão, encontraram o relato abaixo, escrito à máquina de escrever em uma folha já amarelada pelo tempo, entre as lembranças deixadas pela minha avó Helga. 
Não sabemos a autoria.
MORREU DE CONFUSÃO
Foi encontrada no bolso de um suicida em Maceió, a seguinte carta:
"Ilmo Sr. Delegado:
Não culpe ninguém pela minha morte, deixei esta vida porque um ano mais que vivesse, acabaria ficando louco!
Foi o seguinte:
Eu tive a maldita sorte de casar-me com uma viúva, a qual tinha uma filha. Se eu soubesse disso, jamais teria me casado. Meu pai, para maior desgraça, era viúvo, e quis a fatalidade que ele se enamorasse e casasse com a filha de minha mulher.
Resultou daí, que minha mulher tornou-se sogra de meu pai e minha enteada ficou sendo minha mãe. E meu pai, ao mesmo tempo, era meu genro. Após algum tempo, minha filha trouxe ao mundo um menino, que veio a ser meu irmão, porém neto de minha mulher, de maneira que fiquei sendo avô de meu irmão.
Com o decorrer do tempo, minha mulher deu à luz a um menino que, como irmão de minha mãe, era cunhado de meu pai e tio de seu filho, passando a minha mulher a ser nora de sua filha.
Eu, Sr. Delegado, fiquei sendo pai de minha mãe e ela, irmã de meus filhos. Minha mulher ficou sendo minha avó, já que é mãe de minha mãe, e, assim, fiquei sendo avô de mim mesmo.
Portanto, Sr. Delegado, antes que as coisas se compliquem ainda mais, resolvi deixar este mundo.
Perdão, Sr. Delegado.
Ass.: Fulano Detal"
Obs.: Consta que, após ter lido esta carta, o Delegado se suicidou.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Naquela época dava-se muita importância ao êxodo de nordestinos que, através do seu último pau de arara, eram obrigados a deixar suas terras em busca de uma vida mais digna no sudeste do pais.
Esses nordestinos construíram a região mais rica do Brasil.
Mas, havia um forte movimento no sentido contrário. Haviam os executivos das grandes empresas     ( subsidiadas pela SUDENE) que , deixavam o sul maravilha em busca do enriquecimento, baseado na ausência de mão de obra especializada. E foi assim que o meu pai e o pai daquela que viria a ser a minha melhor amiga, Silvia Mayer e o pai de um monte de amigos, "colonizaram o bairro de Boa Viagem".  Antes disso, a indiferença com Boa Viagem era grande. Só havia a ponte do cabanga, ela era ida e volta Ohh!
Hotel Boa Viagem onde moramos por um mês

Esses executivos faziam realmente questão de morar na praia. Eles foram responsáveis (eles e a cheia de 75) pelo "Boom" de crescimento imobiliário do bairro nas décadas de 70 e 80.
Para você ter uma idéia, os capítulos das novelas chegavam por avião, três dias após serem exibidos no sul. Um dia o avião caiu com Selva de Pedra... e, never more.
Lá em casa, a primeira grande crise foi alimentar. Minha mãe era gaúcha e nunca tinha visto um coentro na vida,  ficou horrorizada. E quando descobriu que salada aqui era sinônimo de alface e tomate surtou. Acelga, rúcula, brócolis, (pra não falar em chicoria, escarola, mostarda, alcachofra...) em Recife nessa época, nem pensar.   Os japoneses ainda nao haviam chegado aqui . Para minha mãe cominho e colorau eram substâncias demoníacas e precisamos contar com um amigo comissario de bordo que traficava salsa de quinze em quinze dias. Haviam pelo menos uns cem ingredientes necessários á saúde mental de minha mae que não existiam aqui. Nessas horas de dificuldade, o  CTG, centro de tradiçoes gauchas, cujo presidente por anos foi  o dono do Restaurante Laçador , foi de grande ajuda.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Moramos um mês no extinto e na época único, Hotel Boa Viagem. Logo em seguida meu pai "descobriu" que o melhor colégio era o Santa Maria. Então comprou um apartamento perto para não ter trabalho. Típico, ele a essas alturas já praticava o método de cooper no calçadão e ninguém ainda sabia o que era colesterol. De forma que quando aterrisei de paraquedas (detestei o acordo ortográfico) no Recife pós cheia de 1975, demos graças, pois era grande o número de pessoas da zona norte decididas a se estabelecer longe do Capibaribe..
Milhares de anos depois, a minha memorável turma 1979 do Santa Maria, passou a fazer encontros. Uma coisa complicada. Resolveu-se um encontro na frente da padaria Boa Viagem.
Ali nunca foi a minha praia, mas para não bancar a chata eu fui. Estavam lá algumas pessoas bacanas, e outras nem tanto como se veria a seguir. Papo vai papo vem, uma figura que eu sempre achei esquisitíssima, acompanhada de sua amiga idem, disse a seguinte pérola: "ouxe kkkk você lembra fulana, quando a gente ia fazer trabalho em grupo na casa de Angélica e o lanche era panquecas com geléia e mate gelado ( cara de horror tipo chá é para doentes) kkkk?" E a tal fulana: "lembro kkkkk". Respondi: "você queria que a minha mãe servisse o que? cuscuz com carne guisada? às 16 hs? em 1977?"
Uma pena minha amiga Silvia Mayer não estar nessa praia para me defender desse provincianismo. Porque aí já estamos em 2007 né! Bullyng na praia cem anos depois???? Como se já não bastasse todo o bullyng que sofri na escola porque eu chamava burrica de gangorra, escorrego de escorregador, birô(bureau) de escrivaninha e todas as vezes que eu pedia um apontador era lapiseira enfim e a professora não era minha tia.
Silvinha, assim como mamãe, também era gaúcha e a amizade de nossas famílias foi um oásis. A minha mãe era uma gaúcha cosmopolita, dirigia muito, lia livros inimagináveis para a época, fumava, bebia e fazia cabelos de laquê em continuação. Ela não queria vir para Recife nem a pau, foi voto vencido e vivia a chamar Recife de "aldeia" , ela tinha certa razão. Mas havia o lado romântico do balneário...Como as festinhas na cobertura do Jacarandá. Mas daí já é outra história.

domingo, 29 de novembro de 2015


Talvez
Quem sabe
Um dia
Por uma alameda
Do zoológico
Ela também chegará
Ela que também
Amava os animais
Entrará sorridente
Assim como está
Na foto sobre a mesa
Ela é tão bonita
Ela é tão bonita
Que na certa
Eles a ressuscitarão
O século trinta vencerá
O coração destroçado já
Pelas mesquinharias
Agora vamos alcançar
Tudo o que não
Podemos amar na vida
Com o estrelar
Das noites inumeráveis
Ressuscita-me
Ainda
Que mais não seja
Porque sou poeta
E ansiava o futuro
Ressuscita-me
Lutando
Contra as misérias
Do cotidiano
Ressuscita-me por isso
Ressuscita-me
Quero acabar de viver
O que me cabe
Minha vida
Para que não mais
Existam amores servis
Ressuscita-me
Para que ninguém mais
Tenha de sacrificar-se
Por uma casa
Um buraco
Ressuscita-me
Para que a partir de hoje
A partir de hoje
A família se transforme
E o pai
Seja pelo menos
O Universo
E a mãe
Seja no mínimo
A Terra
A Terra
A Terra
Levante a mão quem tem um amigo na cadeia? preso. pode acontecer.
Agora levante a mão quem tem 9 ou 10 amississimos presos?????? 
Cara voce nao tem amigos isso é uma quadrilha.
a VIDA POLÍTICA NUM PAÍS DE QUARTO MUNDO ONDE BEBÊS TEM MICROCEFALIA
Minha saúde não é de ferro, Mas meus nervos são de aço Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesmo faço Pegar fogo nunca foi atração de circo
Mas de qualquer maneira Pode ser um caloroso espetáculo: senao vejamos, 
Então o CARA (LULLA ) tem 10 amigos, 9 dentre eles estão em cana, digo na cadeia!!!!
e ele é um anjo de candura kkkkkkk o rapaz dá uma pena com

TEMPO ME DÁ MAIS TEMPO PRECISO DAR CARINHO ABRAÇOS E BEIJOS NESSA CRIATURA QUE ESTEVE EM NOSSA COMPANHIA HA 11 ANOS.....
CANCER É UMA PALAVRA FEIA AMOR É BONITO
CAIQUE NÓS TE AMAMOS MUITO

sábado, 2 de agosto de 2014

O machismo porco chauvinista escondido na brodagem - prestenção


Adoro os textos tanto da juliana cunha quanto do Chico Sá.  Só que o Chico não se admite machista e é.
vamos ler que texto massa:
"Caso se sinta incompreendida, Xico Sá te dará um abraço. Não se sinta feia, Xico Sá está aqui para te dar colo dizendo que macho que é macho não sabe a diferença entre estria e celulite. Macho que é macho liga quando promete, não enxerga rugas, é incapaz de notar que você engordou cinco quilos. O que são cinco quilos na grande ordem das coisas? O Homem de Verdade prega a imaterialidade dos cinco quilos. Com a cabeça nas grandes questões da humanidade ou na concretude do trabalho braçal, não consegue se ater a esse tipo de pequeneza.
É incrível a lista de itens cotidianos que um Homem de Verdade não enxerga, não compreende, não sabe diferenciar. Sua tolerância assume a forma de uma completa falta de percepção. Seus problemas, moça, suas inseguranças, não são fruto de processos históricos concretos, são apenas miragens. De repente você não é uma adulta que percebe o quanto a sociedade é exigente com você (especificamente com você) e que se frustra diante disso: você é uma criança, moça, uma criança boba vendo chifre em cabeça de cavalo. Tudo que você precisa é de um Homem de Verdade para lhe assegurar que seus fantasmas não existem, pois ele não pode vê-los. A lente da razão não pode vê-los, moça, por isso deixe de bobagem, deixe que seu homem te diga com que se preocupar, deixe que ele te separe por grupinhos e que te dê apelidos no diminutivo como “boterinha”, caso você seja gorda, ou “prozaquinha”, caso faça um gênero doidinha.
Xico Sá entende as mulheres. Xico Sá infantiliza as mulheres ao assumir a posição do homem que as entende. Porque é difícil entendê-las. Entender quem não sabe se expressar é uma arte que uns poucos homens sensíveis dominam. Precisamos desses porta-vozes para traduzir o que sentimos. Somos mulheres, somos só sentimento, não elaboramos as coisas, ou elaboramos mal. Precisamos de homens sensíveis que peguem nossos sentimentos confusos e transformem em conceitos inteligíveis, em regras de conduta. Precisamos que esses mesmos homens nos digam quais dos nossos sentimentos são legítimos e quais são paranoia.
Xico Sá pensa os gêneros como coisas tão separadas que, segundo ele, homens (de verdade) simplesmente não conseguem enxergar dados concretos expostos pelas mulheres. Homem que é Homem não vê celulite. A celulite é um dado da realidade. Pode ser fotografada, apalpada, tem aparência e textura definidas, tem classificação médica. É um depósito de gordura e tecido fibroso que provoca irregularidades na pele que o reveste. A celulite é ainda uma construção publicitária: surgiu enquanto problema na França, no começo da década de 1970, ápice do movimento feminista. Surgiu para lembrar as mulheres que você não deve tentar melhorar o mundo quando não consegue sequer melhorar sua bunda. Olhe para o seu próprio rabo. Lembre daquele provérbio que diz: quando pensar em mudar o mundo, dê uma volta em sua própria casa. Quando pensar em mudar o mundo, torne-se um neurótico enclausurado.
Celulites são furinhos, estrias são listrinhas. Muitos homens têm estrias já que elas são um rompimento das fibras elásticas que pode acontecer, por exemplo, durante um crescimento repentino na puberdade. Poucos homens têm celulite, é uma questão hormonal. Celulite é uma mesquinharia. Espíritos elevados não enxergam algo tão pequeno. Eu achava que em 2014 um homem normal era aquele que sabia exatamente o que era uma celulite, conseguia enxergá-la perfeitamente e lidava com sua existência do mesmo modo como eu venho lidando com os pelos nas narinas de meus namorados desde que passei a ter namorados (e que eles passaram a ter pelos nas narinas). Eu não preciso glorificar o pelo na narina. Não preciso negar sua existência, tampouco dizer que nunca reparei. Não preciso dizer que não sei a diferença entre um pelo e um cravo. Homem nenhum vai me dar um biscoito e dizer que nunca encontrou uma mulher tão legal na vida caso eu diga algo assim. Eu lido com esses pelos. Eles permanecerão lá quer eu os ache nojentos ou lindos. Por isso eu não preciso achá-los nojentos. Nem lindos. E nunca me ocorreu que o homem ao meu lado pudesse ser desmerecido pelo que traz dentro do nariz. Porque eu fui ensinada a enxergar homens como pessoas, não como objetos. Isso não é um mérito meu, nem da minha educação familiar específica. Eu não enxergo homens como pessoas porque sou bacana, um espírito livre. Eu enxergo homens como pessoas porque isso é fruto do percurso que fizemos até aqui enquanto sociedade.
Homens que enchem a boca para dizer que adoram celulite, que curtem uns pelos, são idiotas condencendentes. O cerne do problema é justamente você achar que deve ter e expressar opinião sobre cada aspecto do corpo de uma outra pessoa. Melhor: de uma categoria de pessoas. Você não tem que opinar sobre isso. Se você tem uma preferência específica sobre um aspecto do corpo da mulher com quem está transando, exponha isso para ela. Se tem várias preferências específicas, exponha isso ao seu analista. Mas não opine sobre como mulheres em geral deveriam manter seus pelos, ou sobre a relação que elas deveriam estabelecer com suas celulites. Fique na sua.
Não enxergar as coisas, não saber a diferença entre elas, não ligar para elas, nada disso é empatia, nada disso é mérito. E não é a empatia de um grupo historicamente privilegiado que vai impulsionar mudança alguma. Não é minha empatia pelos negros que reduz o racismo. Não é minha bondade ao “abrir mão de privilégios” que faz o bondinho da história andar. Não foram textos na internet ensinando o opressor a manerar que nos trouxeram até aqui. Tenho achado muito engraçados uns textos recentes sobre “como homens podem ajudar o feminismo” (spoiler: não podem). Uma das dicas costuma ser: “abrindo mão de seus privilégios”. Ninguém abre mão de privilégio. Ninguém quer ou mesmo pode fazer isso. Um privilégio histórico não é aquele ⅓ do apartamento de papai que você abdicou em favor do irmãozinho desajustado. Eu não abro mão de nenhum dos meus privilégios como branca: são os negros que vêm arrancando esses privilégios de mim, como tem que ser. Me ressinto quando vejo meus privilégios serem arrancados, fecho a mãozinha. Se fico caladinha é porque uma das conquistas do movimento negro foi fazer com que a exposição desse ressentimento fizesse de mim uma idiota no meu meio social. Eu posso perder coisas com isso, amigos, trabalhos. Então fico calada. Um dia, homens como Xico Sá também acharão melhor ficar na deles. Mas hoje não. Hoje eles são amigos dasmulheres e expoentes da ala feminismo de boteco da imprensa brasileira. Posam entre as pernas de uma gostosa enquanto te asseguram que vai dar tudo certo, moça, inclusive aquele seu rolo com o demente que não vê celulite.
obs . nao concordo com tudo óbvio mas vou comprar o livro de Juliana.
http://julianacunha.com/blog/2014/08/01/xico-sa-te-abraca/

Com pedaços de mim estou tentando montar uma pessoa

Faz uma ano que eu nao posto uma crítica dos livros que tenho lido!! Tempo tempo rei.
Minha média de 2 livros por semana não conseguiu se manter mas li pelo menos 30 livros que vou tentar aqui relacionar e dar uma nota de 0 a 10 com um pingo de conta gotas de comentário:

Gabriel Garcia Marques
O baile da ilha fiscal
Marcel Proust
Bukowski
Tolstoi
Saramago Memorial do Convento
Calvino no original
Pinocchio no original

João e o amor.

João e o amor.
O amor, ahhh o amor..... chega sem avisar e toma parte de todo o seu ser de maneira inefável, por vezes, irremediável. Preenche seus vazios te deixando mesmo bobo. Não raro faz sofrer e ser feliz ao mesmo tempo!






Era uma vez João, que nasceu na minha casa, saiu de dentro de mim, foi me conquistando cada dia um cisco, um sorrisinho, engatinhar, andar, uma piscadinha, um xau um beijo. E  assim, de sopa em sopa,  sem perceber me apaixonei perdutamente (porque tem coisas que em italiano ficam mais profundas) e nos tornamos comparsas. Um dia, quando eu estava boba de amor, veio um avião daqueles de filme e levou meu oceano de amor para Avaré. É. Avaré. 3.000 km daqui. ou 3 horas de voo mais 3 horas de carro. Ainda bem que essa história só está no meio. Ufa.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Drummond e a Palestina

Os Ombros Suportam o Mundo

Carlos Drummond de Andrade

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

terça-feira, 22 de abril de 2014

StandUp Paddle - Amor à primeira remada!!!!

O Sup é um esporte encantador, requisita os grandes grupos musculares, coxas e glúteos e o core pela questão do equilíbrio, trabalhando membros superiores, o que nao acontece na bicicleta, por exemplo,  além do contato com a natureza que é gênero de primeira necessidade hoje em dia, questão de sobrevivência: "quanto mais longe da natureza mais difícil para o Homem preencher o seu vazio existencial". Consciência ecológica pra você também!







OSHO - SAÚDE ESPIRITUAL

Primeiro fique sozinho.
Primeiro comece a se divertir sozinho.
Primeiro amar a si mesmo.
Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem -
Você não está em falta.
Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta.
Você está em casa.
Se alguém vier, bom, belo.
Se ninguém vier, também é bom e belo
Em seguida, você pode passar para um relacionamento.
Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.
Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.
E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraídos para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram - mestres do seu ser, de sua solidão -felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada.
Torna-se uma tremendo fenômeno de celebração.
E eles não exploram um ao outro,, eles compartilham.
Eles não utilizam o outro.
Em vez disso, pelo contrário,
ambos tornam-se UM e
desfrutam da existência que os
rodeia.

************* OSHO *************

domingo, 30 de março de 2014

quinta-feira, 27 de março de 2014

Generosidade - Pequeno tratado das grandes virtudes

"Ser generoso é ser livre, e essa é a única verdadeira forma de grandeza." Andrè Comte-Sponville


CARNAVAL 2014






Se eu morrer no carnaval
por favor não me enterre, não quero funeral.
Saia comigo abraçado, qual boneco
de pano, pelas ladeiras de Olinda.
Sala de Justiça, Ceroula, O Urso
da Madame, Afoxé Alafin Oyó.
Não me deixe só.
Vista-me de meretriz e, na quarta-feira,
jogue minhas cinzas nas ladeiras

onde fui mais feliz